segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Vida saudável: alimente esta ideia

tribuna do norte
Publicação: 08 de Agosto de 2010 às 00:00
Carla França - Repórter



A máxima ‘você é o que come’ nunca foi tão usada como nos últimos tempos. Isso porque estamos cada vez mais preocupados em ter uma vida saudável, que é decorrência dos nossos hábitos alimentares. Mas apesar dessa preocupação, o brasileiro - principalmente aquele que mora nos grandes centros - ainda se alimenta muito mal.

“O ritmo acelerado das grandes cidades, as pessoas acabam comendo os fast foods, que são mais rápidos e práticos. Longe dos grandes centros, esse modismo ainda não pegou bastante. No Nordeste também ainda encontramos a preferência por alimentos naturais”, diz a psicóloga e culinarista Elizabeth Calderado.

Ela esteve em Natal ministrando o minicurso ‘Culinária para uma vida saudável’ oferecido durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que aconteceu na última semana, no Campus da UFRN.

Elizabeth diz que outra vantagem do Nordeste é a variedade de frutas, verduras e legumes cultivados nessa região. O que falta é saber utilizar esses alimentos ao nosso favor. E foi justamente isso que ele ensinou no minicurso.

A substituição dos alimentos é uma boa alternativa para quem quer estar em dia com a saúde. É possível se alimentar de forma saborosa com uma troca imperceptível de alguns produtos. “Montamos um cardápio com alimentos menos gordurosos e calóricos sem alterar o sabor da refeição. Os produtos integrais e naturais são ótimas opções”.

Um exemplo é a farinha de trigo integral, que pode substituir, na maioria das receitas, a tradicional e ainda mais vitaminas, proteínas, além de fibras. O mesmo acontece com o arroz integral. Como dele só é retirada a casca, os nutrientes concentrados na sua película e gérmen conferem mais vantagens à saúde do que o arroz processado, que mantém apenas o endosperma do grão, rico em amido.

“A gente precisa saber que é possível substituir alguns alimentos sem causar prejuízo ao sabor das receitas E o mais importante, é preciso conhecer mais para saborear sem medo essas ‘misturas saudáveis”, aconselha a culinarista.

Lição que os alunos do minicurso aprenderam muito bem. Como é o caso do estudante de Educação Física, da Bahia, Guilherme Costa. Ele gosta de cozinhar e as aulas serviram para que ele perdesse o preconceito contra os alimentos integrais.

“O curso foi muito útil, aprendi muitas dicas sobre a substituição e mistura dos alimentos. Em uma das aulas, fizemos um arroz integral ao molho de mangaba que ficou maravilhoso. Se não tivesse participado da preparação, não saberia que era integral”, diz Guilherme.

Para a estudante de Veterinária, Juliana Galvão, as aulas vão servir, principalmente, para o pai, que é diabético. “Tudo que a gente fez aqui, levei um pouquinho para ele experimentar. Os que ele aprova, vou começar a fazer para ele. E vai servir para o resto da família que também tem problemas de saúde”, diz Juliana.

Quanto mais colorido o prato, melhor

Já que a alimentação balanceada é a base da nossa saúde é preciso estar atento a ela todos os dias da semana. Especialmente aquelas pessoas que costumam se alimentar nos restaurantes das empresas ou em estabelecimentos do tipo self-service, onde a diversidade é grande e a tentação de encher o prato de guloseimas é maior ainda.

Mesmo comendo todos os dias em restaurantes, é possível montar um prato de forma equilibrada, que contenha os nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo.

A maioria dos restaurantes – independente do preço- oferece opções de verduras e legumes. Além do tradicional feijão com arroz. “A dica é: quanto mais colorido o prato melhor porque é sinal de que estão presentes os diversos nutrientes de que o corpo precisa”, explica Elizabeth Calderado.

Para quem costuma fazer as refeições em casa e ainda tem tempo para cozinhar, a dica é usar a criatividade na hora de preparar os alimentos. Uma das receitas preparadas durante o curso e que fez muito sucesso entre os alunos foi o pão de abóbora. Além dos ingredientes comuns (óleo, açúcar), o pão leva abóbora, que o deixa mais nutritivo, já que é usa-se menos farinha (veja receita).

O mais legal dessa receita é que o pão pode ser feito com outros produtos menos consistentes como milho verde, cenoura, cebola, abobrinha.

Muita gente não sabe, mas as cascas e os talos dos alimentos podem ser utilizados no preparo e dão um sabor especial às receitas. “A gente pode aproveitar as cascas da cenoura, por exemplo, para para fazer um salpicão. Fica uma delícia”, sugere a nutricionista Juliana Freire, que participou do curso de culinária para tentar colocar na prática a teoria que aprendeu na sua profissão.

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